terça-feira, janeiro 25, 2005

Ódios de estimação

Pensei muito – às vezes também penso, é verdade – e cheguei à conclusão que tenho alguns ódios de estimação. Não são bem ódios, são mais irritações e comichões com certas manias dos portugueses. Se não vejamos: (os exemplos que vou dar são totalmente aleatórios, surgem ao calha, sem qualquer ordem)
- Cuspir para o chão
- Não respeitar filas, seja de supermercado, farmácias ou lá o que for
- Pedir para passar à frente porque “tem que apanhar a camioneta”
- (os mais pudicos que me desculpem) Coçar os ditos em qualquer sítio
- Falar alto nos restaurantes e sentarem-se, depois da refeição, refastelados como se estivessem em casa
- Conversas privadas em sítios públicos
- Piadas sem graça depois de uns copos a mais
- A intolerância política. (Durante uma festa a aniversariante virou-se para a mãe e disse: “Olha, ela é do tal partido...” A senhora, com idade para ser minha mãe, virou-se para mim, escandalizada, e disse: “Não tem vergonha?” Fiquei sem palavras.)
- As pessoas que dizem “deviam de…” ou “houveram…”.
- “Engordaste”
- “Essa cor – ou roupa – não te fica bem”, dito da boca daquela pessoa que compra tudo no Continente
- Meias brancas
- Fatos de treino, especialmente aqueles de Lycra, ao fim-de-semana na confeitaria e no supermercado. (Uma vez vi o inimaginável: uma senhora de fato de treino cor de rosa choque, com meias de lã branca e sapatos de tacão alto beges)
- Os desodorizantes, género Ambi Pur, espalhados pelas tomadas das casas para disfarçar o cheiro a cão ou a tabaco
- Pais de miúdos embirrentos nos restaurantes que correm atrás das cadeiras dos clientes às escondidas
- Barrigas de fora, quando o que sobressai são as banhas a sair entre as calças e as t-shirts
- Aquelas “gajas” que atiram as mamas para a frente quando estão a conversar com a pessoa que está ao meu lado
- As sonsas que têm sempre um chilique quando o chefe ou alguém as vai repreender
- Os falsos puritanismos
(Depois destes últimos ódios de estimação, lembrei-me de mais um – pois as semelhanças são enormes: - A directora de um jornal da cidade do Porto)
A lista já vai longa e, com toda a certeza, que me esqueci de algo. Mas se me lembrar de mais, prometo voltar ao assunto.

1 comentário:

J. disse...

Finalmente compreendi a razão de nunca me teres comprado um fato de treino. Eu que sempre ambicionei ter um. Para ir à pastelaria ou à tabacaria comprar o jornal num sábado de manhã - como seu eu me levantasse a essas horas plebeias ou de pobres... - ou, em alternativa, tomar o pequeno-almoço no "pralácaminha"...
Qué tal?
Sê bem vinda à blogosfera...